Essa semana, por um acaso do destino, caiu na mão do povo o novo álbum do Iron Maiden, The Final Frontier. É claro, eu não resisti. Estou ansioso agora para chegar o meu CD semana que vem. Lógico. Mas vamos ao disco. A opinião geral do público está muito dividida. Muitos esperavam um disco inteiro no estilo das duas músicas lançadas antecipadamente pela banda, El Dorado e The Final Frontier. Bom. Não foi bem assim.
- Satellite 15 - Música de abertura do Play. E na verdade, veio como uma intro para The Final Frontier. É uma música totalmente diferente de tudo o que a banda já fez. A mim, lembrou o Space Rock (meio progressivo, meio psicodélico) do Hawkwind, banda em que tocou o mestre Lemmy Kilmister. Mas ela é meio suja, meio agressiva apesar de tudo. Achei legal.
- The Final Frontier - Bom. Eu já tinha comentado sobre essa música. Basta ver lá no post do vídeo da mesma. Adoro essa música.
- El Dorado - Também já postei sobre essa música anteriormente. Junto a música tema, gostei muito. Bem Heavy Metal. Acho a TFF e ED músicas bem puxadas para o Heavy Metal setentista. Boas mesmo.
- Mother of Mercy - Mother eu achei uma música bem no estilo Geração Brave New World. Intro lentona. Sintetizadores progs. O vocal do Bruce volta ao estilo Iron Maiden.
- Coming Home - Segue a mesma linha de Mother of Mercy mas com uma base um pouco mais Hard Rock. O solo principal é bem Fear of The Dark.
- The Alchemist - Aí sim. Uma das músicas que mais gostei no álbum. Embora soe bem Brave New Wolrd ela possui uma base bem metal setentista. Talvez seja o timbre das guitarras que me lembre bandas da década de 70. A música em si é simples. Acho que por isso eu gostei.
- Isle of Avalon - Essa música poderia ter saído do 7th Son of 7th Son. Sua intro lembra trechos da música título do 7º álbum da banda. A música é longa. Começa lenta e ganha força aos 2'40". Os sintetizadores também lembram 7th Son. O solo é meio enrolado e muito longo, achei estranho. Mas mesmo assim é uma boa música.
- Starblind - A música começa na receita já bem conhecida de Intro-Pancada-Mais Pancada-Pancada. Mas apesar disso eu gostei muito. Outra música que poderia ter saído do 7th Son. Acho que novamente os sintetizadores fazem isso com a música. A virada que ocorre aos exatos 4'00" da música é fantástica e de muito peso. Muito boa.
- The Talisman - Essa música, serei sincero, não me empolgou tanto. Tem umas viradas que achei meio desconexas. E olha que os caras sempre foram mestres em mudanças de ritmos em uma mesma música. Novamente, os timbres da guitarra me lembram um pouco o metal setentista. Algumas bases aos 6'46" parecem ter saído do X-Factor, o que atribui um ar mais obscuro a música. Acho que se a música tivesse essa base em toda sua duração eu teria gostado mais.
- The Man Who Would Be King - Outra que chegou para se tornar clássico. Embora aparente ter duas Intros, uma no início e outra aos 1'31", gosto mais da segunda, com o Nicko dando umas pancadas de muita raiva na batera e uma guitarra base marcante. Aos 3'53" ocorre uma virada para o solo. Algo interessante aqui. A base fica tão alta ou mais que o solo. Ao menos nesse arquivo que tenho em mãos. Mas ambas a guitarras nesse momento são avassaladoras. Mais uma vez, um trecho altamente Metal Setentista na opinião desse que vos escreve. Para mim uma das melhores músicas do álbum.
- When The Wild Wind Blows - Coda. A música vai tranquila até os 3'41" onde ocorre uma virada de peso. O refrão é daqueles que gruda na cabeça. Um minuto depois começa um solo fantástico (e longo) bem ao estilo de Moe, Larry e Curly. Bases e solos muito bem casados. Fantástico. Fecha o álbum com chave de ouro.
Na minha humilde opinião, um disco muito bom. Na verdade, para mim o melhor desde X-Factor. Muitos dirão que é simplesmente "mais do mesmo". Direito desses. Se todas as músicas viessem no nível de Final Frontier, El Dorado e Alchemist, para mim seria o oitavo melhor disco da banda e traria de volta os Golden Years.
Aliás, um desabafo que já fiz no Twitter mas reforço aqui. A geração Fear of The Dark e a geração Brave New Wolrd de fãs vive falando para a galera Old School: "Vocês queriam que eles fizessem Piece of Mind e Powerslave para sempre?". Tenho vontade de socar quando nego fala isso. Para mim, quem fala isso nunca prestou atenção nos sete primeiros álbuns de estúdio, onde a sonoridade de um para outro muda radicalmente. Podem não mudar algumas questões técnicas. Mas quem quer prestar atenção só em técnica vai escutar Dream Theater e Steve Vai. Eu quero é me divertir. Up The Irons.
Muito boa resenha Fábio. Você é um dos grandes fãs de Iron Maiden que conheço e com certeza seu ponto de vista é muito bem argumentado.
ResponderExcluirA minha humilde opinião é a de este é o melhor cd do Maiden em muito tempo, como te disse, desde Fear of the Dark não ouço a Donzela lançar uma obra prima dessas. Do excelente Brave New World até o bom A Matter of Life And Death a banda se prendeu a um mesmo estilo e a um mesmo produtor que fizeram com que tivessemos uma sensação de deja-vu ao ouvir os discos.
The Final Frontier é a prova definitiva de que não adianta a banda querer agradar os ouvintes que sempre reclamam que a banda soa igual e que a banda copia o próprio estilo, pois ousaram um pouco mais nas composições e acabou que desagradou muita gente, provando que a banda infelizmente tem que ficar dentro dos trilhos se quiser sair ileso. Infelizmente, o preço a se pagar por isso são os álbuns entre o Brave New World até o AMOLAD.
Um dos grandes momentos do álbum é a interpretação do Bruce em Mother of Mercy, em que a letra fala sobre guerra e nela ele encarna um soldado em meio a um campo de batalha, refletindo sobre suas ações e mesmo tendo noção do mal que faz, ele o faz porque é um soldado de guerra. Nesta última citação em especial, sua performance vocal arrepia.
Coming Home tem tudo para crescer muito ao vivo. Consigo imaginar um Pacaembú lotado cantando o refrão.
Grande resenha.
Abraço!
Will
Eu ainda não fiz uma resenha do disco, mas para mim, The Final Frontier está entre os discos mais chatos que o Maiden já fez. Eu diria que se junta a lista com Dance Of Death, Virtual XI (que tem o grande mérito de trazer o último grande clássico do Maiden - The Clansman) e Fear Of The Dark (que tem o mérito de ter um clássico tb, apesar de extremamente manjada, e algumas músicas bem melhores do que praticamente tudo contido nos discos citados acima).
ResponderExcluirVejo The Final Frontier como um disco que começa muito bem, com Satellite XV... The Final Frontier, e El Dorado. Mas cai vertiginosamente da terceira faixa em diante. Não é ruim, mas é chato, repetitivo, xoxo.
Não consigo comparar esse álbum a Brave New World e A Matter Of Life And Death, que, pra mim, desde o retorno de Bruce e Adrian, são os melhores trabalhos da banda. Tentar comparar com os sete primeiros discos, ou com o oitavo melhor da banda, o injustiçado e genial The X-Factor, é até covardia.
Quem sabe com o tempo mudo minha opinião sobre algumas faixas. Até por isso ainda não fiz uma resenha. Mas acho difícil.
Mesmo assim, prefiro que o Maiden continue gravando discos novos, ao contrário de quem acha que a banda deveria só fazer tours "best of".