13 agosto, 2010

E a grande nave atingiu a Fronteira Final

Essa semana, por um acaso do destino, caiu na mão do povo o novo álbum do Iron Maiden, The Final Frontier. É claro, eu não resisti. Estou ansioso agora para chegar o meu CD semana que vem. Lógico. Mas vamos ao disco. A opinião geral do público está muito dividida. Muitos esperavam um disco inteiro no estilo das duas músicas lançadas antecipadamente pela banda, El Dorado e The Final Frontier. Bom. Não foi bem assim.
  1. Satellite 15 - Música de abertura do Play. E na verdade, veio como uma intro para The Final Frontier. É uma música totalmente diferente de tudo o que a banda já fez. A mim, lembrou o Space Rock (meio progressivo, meio psicodélico) do Hawkwind, banda em que tocou o mestre Lemmy Kilmister. Mas ela é meio suja, meio agressiva apesar de tudo. Achei legal.
  2. The Final Frontier - Bom. Eu já tinha comentado sobre essa música. Basta ver lá no post do vídeo da mesma. Adoro essa música.
  3. El Dorado - Também já postei sobre essa música anteriormente. Junto a música tema, gostei muito. Bem Heavy Metal. Acho a TFF e ED músicas bem puxadas para o Heavy Metal setentista. Boas mesmo.
  4. Mother of Mercy - Mother eu achei uma música bem no estilo Geração Brave New World. Intro lentona. Sintetizadores progs. O vocal do Bruce volta ao estilo Iron Maiden.
  5. Coming Home - Segue a mesma linha de Mother of Mercy mas com uma base um pouco mais Hard Rock. O solo principal é bem Fear of The Dark.
  6. The Alchemist - Aí sim. Uma das músicas que mais gostei no álbum. Embora soe bem Brave New Wolrd ela possui uma base bem metal setentista. Talvez seja o timbre das guitarras que me lembre bandas da década de 70. A música em si é simples. Acho que por isso eu gostei.
  7. Isle of Avalon - Essa música poderia ter saído do 7th Son of 7th Son. Sua intro lembra trechos da música título do 7º álbum da banda. A música é longa. Começa lenta e ganha força aos 2'40". Os sintetizadores também lembram 7th Son. O solo é meio enrolado e muito longo, achei estranho. Mas mesmo assim é uma boa música.
  8. Starblind - A música começa na receita já bem conhecida de Intro-Pancada-Mais Pancada-Pancada. Mas apesar disso eu gostei muito. Outra música que poderia ter saído do 7th Son. Acho que novamente os sintetizadores fazem isso com a música. A virada que ocorre aos exatos 4'00" da música é fantástica e de muito peso. Muito boa.
  9. The Talisman - Essa música, serei sincero, não me empolgou tanto. Tem umas viradas que achei meio desconexas. E olha que os caras sempre foram mestres em mudanças de ritmos em uma mesma música. Novamente, os  timbres da guitarra me lembram um pouco o metal setentista. Algumas bases aos 6'46" parecem ter saído do X-Factor, o que atribui um ar mais obscuro a música. Acho que se a música tivesse essa base em toda sua duração eu teria gostado mais.
  10. The Man Who Would Be King - Outra que chegou para se tornar clássico. Embora aparente ter duas Intros, uma no início e outra aos 1'31", gosto mais da segunda, com o Nicko dando umas pancadas de muita raiva na batera e uma guitarra base marcante. Aos 3'53" ocorre uma virada para o solo. Algo interessante aqui. A base fica tão alta ou mais que o solo. Ao menos nesse arquivo que tenho em mãos. Mas ambas a guitarras nesse momento são avassaladoras. Mais uma vez, um trecho altamente Metal Setentista na opinião desse que vos escreve. Para mim uma das melhores músicas do álbum.
  11. When The Wild Wind Blows - Coda. A música vai tranquila até os 3'41" onde ocorre uma virada de peso. O refrão é daqueles que gruda na cabeça. Um minuto depois começa um solo fantástico (e longo) bem ao estilo de Moe, Larry e Curly. Bases e solos muito bem casados. Fantástico. Fecha o álbum com chave de ouro.
Na minha humilde opinião, um disco muito bom. Na verdade, para mim o melhor desde X-Factor. Muitos dirão que é simplesmente "mais do mesmo". Direito desses. Se todas as músicas viessem no nível de Final Frontier, El Dorado e Alchemist, para mim seria o oitavo melhor disco da banda e traria de volta os Golden Years. 

Aliás, um desabafo que já fiz no Twitter mas reforço aqui. A geração Fear of The Dark e a geração Brave New Wolrd de fãs vive falando para a galera Old School: "Vocês queriam que eles fizessem Piece of Mind e Powerslave para sempre?". Tenho vontade de socar quando nego fala isso. Para mim, quem fala isso nunca prestou atenção nos sete primeiros álbuns de estúdio, onde a sonoridade de um para outro muda radicalmente. Podem não mudar algumas questões técnicas. Mas quem quer prestar atenção só em técnica vai escutar Dream Theater e Steve Vai. Eu quero é me divertir. Up The Irons.

    2 comentários:

    1. Muito boa resenha Fábio. Você é um dos grandes fãs de Iron Maiden que conheço e com certeza seu ponto de vista é muito bem argumentado.

      A minha humilde opinião é a de este é o melhor cd do Maiden em muito tempo, como te disse, desde Fear of the Dark não ouço a Donzela lançar uma obra prima dessas. Do excelente Brave New World até o bom A Matter of Life And Death a banda se prendeu a um mesmo estilo e a um mesmo produtor que fizeram com que tivessemos uma sensação de deja-vu ao ouvir os discos.

      The Final Frontier é a prova definitiva de que não adianta a banda querer agradar os ouvintes que sempre reclamam que a banda soa igual e que a banda copia o próprio estilo, pois ousaram um pouco mais nas composições e acabou que desagradou muita gente, provando que a banda infelizmente tem que ficar dentro dos trilhos se quiser sair ileso. Infelizmente, o preço a se pagar por isso são os álbuns entre o Brave New World até o AMOLAD.

      Um dos grandes momentos do álbum é a interpretação do Bruce em Mother of Mercy, em que a letra fala sobre guerra e nela ele encarna um soldado em meio a um campo de batalha, refletindo sobre suas ações e mesmo tendo noção do mal que faz, ele o faz porque é um soldado de guerra. Nesta última citação em especial, sua performance vocal arrepia.

      Coming Home tem tudo para crescer muito ao vivo. Consigo imaginar um Pacaembú lotado cantando o refrão.

      Grande resenha.
      Abraço!
      Will

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    2. Eu ainda não fiz uma resenha do disco, mas para mim, The Final Frontier está entre os discos mais chatos que o Maiden já fez. Eu diria que se junta a lista com Dance Of Death, Virtual XI (que tem o grande mérito de trazer o último grande clássico do Maiden - The Clansman) e Fear Of The Dark (que tem o mérito de ter um clássico tb, apesar de extremamente manjada, e algumas músicas bem melhores do que praticamente tudo contido nos discos citados acima).

      Vejo The Final Frontier como um disco que começa muito bem, com Satellite XV... The Final Frontier, e El Dorado. Mas cai vertiginosamente da terceira faixa em diante. Não é ruim, mas é chato, repetitivo, xoxo.

      Não consigo comparar esse álbum a Brave New World e A Matter Of Life And Death, que, pra mim, desde o retorno de Bruce e Adrian, são os melhores trabalhos da banda. Tentar comparar com os sete primeiros discos, ou com o oitavo melhor da banda, o injustiçado e genial The X-Factor, é até covardia.

      Quem sabe com o tempo mudo minha opinião sobre algumas faixas. Até por isso ainda não fiz uma resenha. Mas acho difícil.

      Mesmo assim, prefiro que o Maiden continue gravando discos novos, ao contrário de quem acha que a banda deveria só fazer tours "best of".

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