27 maio, 2010

As mil e uma caras do Iron Maiden

Em uma discussão interessante no Orkut, na comunidade "Rock & Cultura", conversamos sobre a influência que as constantes mudanças de formação causam sobre a sonoridade das bandas. E para tal, escrevi a timeline abaixo dessa que considero uma das maiores bandas de Heavy Metal de todos os tempos. Iron Maiden.


1ª Formação - Iron Maiden
Steve Harris, Dave Murray, Paul Di'Anno, Clive Burr, Dennis Straton
Álbum clássico, cru, e apresentando um Heavy Metal diferenciado ao mundo. Mas ainda havia muito por vir dos membros.

2ª Formação - Killers
Steve Harris, Dave Murray, Paul Di'Anno, Clive Burr, Adrian Smith
Embora as músicas tenham sonoridades parecidas com a do 1º álbum, é gritante a diferença do 1º para o 2º trabalho dos caras e muito disso se deve a entrada do mago Adrian Smith, ainda em 1980. Apesar de praticamente todas as composições serem criações do Harris, é fácil perceber o que o Adrian fez pela banda.

3ª Formação - The Number of The Beast
Steve Harris, Dave Murray, Bruce Dickinson, Clive Burr, Adrian Smith
Ainda em 1981, na final da turnê do álbum Killers, entra Bruce Sirens Dickinson no lugar do Di'Anno. Outra mudança gritante (literalmente) na banda. Apesar de toda força de Di'Anno, o profissionalismo, o carisma e os agudos de Bruce apagam rapidamente a memória dos fãs e angariam mais uma legião com o lançamento do novo álbum que veio a firmar a marca Iron Maiden pelo mundo todo. Aqui talvez tenha ocorrido uma das mudanças mais radicais no estilo das músicas, possíveis talvez, graças ao timbre de voz do Bruce. O Heavy Metal da banda se torna mais trabalhado, também graças a presença e composições também do Adrian que se firma como um ótimo compositor e com uma performance perfeita no palco. Detalha-se aqui para as primeiras composições de um baterista na banda (Gangland e Total Eclipse).

4ª Formação - Piece of Mind - 7th Son of 7th Son
Steve Harris, Dave Murray, Bruce Dickinson, Nicko McBrain, Adrian Smith
Essa pode ser considerada a formação "clássica" da banda. Em 1983, prestes a entrar em estúdio, sai Clive Burr, amigo pessoal de Steve Harris. Baterista não tão técnico mas de uma pegada fenomenal. Entra Nicko. Nicko, baterista que não tinha necessariamente a mesma pegada de Burr mas sua técnica e carisma (talvez o membro mais carismático da banda) superaria qualquer dificuldade que poderia surgir. Foi a formação mais sólida da banda e, que na minha concepção, produziu os melhores álbuns (acrescento apenas o Killers) da banda. Essa formação apresenta sonoridades distintas em seus álbuns, mas com um "q" que você ouve e fala: ISSO É IRON MAIDEN CARA.

5ª Formação - No Prayer for the Dying - Live At Donnington
Steve Harris, Dave Murray, Bruce Dickinson, Nicko McBrain, Janick Gers
Em 1990, descontente com as "linhas" da banda, Adrian resolve se dedicar exclusivamente a sua carreira solo. Apesar de grandioso, sua carreira solo não tem tanto destaque (como a de Bruce por exemplo). Mas a saída de Adrian foi um grande baque para o som da banda. A mudança de estilo é facilmente percebida, puxando mais para o Hard Rock do que para o Heavy Metal propriamente dito (minha humilde opinião). Janick se firma como um grande compositor da banda, mas sua performance ao vivo desagrada muito aos velhos fãs. Até hoje. Nessa formação surge o clássico álbum Fear of the Dark (do qual eu gosto mas não babo por ele) que angaria uma nova legião de fãs. É a famosa geração "fiaóvededarque".

6ª Formação - X Factor - Virtual XI
Steve Harris, Dave Murray, Blaze Bayley, Nicko McBrain, Janick Gers
A bomba estoura em 1993, com a saída de Bruce da banda. Muito se fala sobre quem seria o novo vocalista. Um suposto concurso teria sido disputado para definir quem assumiria o posto e até André Matos estaria entre os classificados para a grande final. Boatos a parte, chega Blaze para o posto. Talvez a maior dor de cabeça que o Steve obteve na sua vida, e muito por culpa dele mesmo. Blaze não consegue atingir os agudos de Bruce nos shows e o público fica literalmente decepcionado com a banda. Porém, as músicas de seus álbuns são muito boas, com alguns temas mais obscuros e sonoridades mais graves, levando em consideração o timbre do Blaze, e levadas muito bem nos shows pelo mesmo. Porém a "marca" Bruce é muito forte e o público não perdoa. Blaze, para sua sorte, é sacado da banda e hoje segue uma carreira solo promissora e que vem produzindo, sem exagero, ótimas aulas de como se fazer um bom Heavy Metal.

7ª Formação - Brave New World - A Matter of Life and Death
Steve Harris, Adrian Smith, Dave Murray, Bruce Dickinson, Nicko McBrain, Janick Gers
Em 1999, vendo o sucesso que a dupla Bruce Dickinson e Adrian Smith estava fazendo na banda do Bruce, Stevão deixa de lado o orgulho e pensa na banda. Pela primeira vez, a banda toca com um trio de guitarras em sua formação (não me lembro de muitas bandas que faça isso). A sonoridade muda novamente a partir de Brave New World. Um metal meio que progressivo vem a tona, novamente angariando uma nova legião de fãs. E mais uma vez a old school de fãs torce o nariz para algumas composições.

Em tempo. Estamos ansiosos esperando por The Final Frontier, aquele que os fãs temem ser o último álbum da banda. Se der dinheiro, duvido que seja.

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