27 fevereiro, 2010

Steve Vai - Where The Wild Things Are


Ok. Você pode pensar: o cara é estrela, ele é um egolatra, ele só se faz olhar na frente do espelho. Tá. Tudo bem. Ele faz caras e bocas para tocar sua guitarra. Sério. Nunca vi tanta careta para tocar uma guitarra. Não consigo entender isso. Mas dane-se. Sim. Dane-se, para ser educado. Estou falando de ninguém mais que STEVE VAI. Um maluco que começou a carreira pesada com ninguém menos que Frank Zappa; um cara que segundo a lenda foi aluno do Satriani; um cara que precisou fazer duelo de guitarra fake em A Encruzilhada. Tudo isso para atingir a fama.
Só que ele não precisa de nada disso. Ele simplesmente gosta do destaque. Mas o cara é, com o perdão da palavra, FODA. As músicas dele não têm nada de extraordinário. Ele não é o cara mais rápido do mundo. Mas ele tem uma capacidade de composição, de harmonia de seu instrumento (MISS ELECTRIC GUITAR) com outros instrumentos de uma forma que ninguém mais faz.
Como eu disse, a técnica não é sua soberba. Ele não fica com aqueles blábláblás que alguns guitarristas gostam. Mas a forma como ele sabe usar a alavanca e os seus pedais em uma música, isso ninguém faz igual. E sua criatividade em nível de composição, também é ímpar. Existem grandes bandas, algumas das quais até sou fã, que possuem alguns dos melhores instrumentistas do mundo. Mas não são criativos como o Vai.
E o CD e o DVD do show em Mineapolis, "Where the wild things are", vêm para comprovar tudo isso. Sim, ele é estrela; sim ele é excêntrico. Mas ele toca muito. E sem blábláblá como um certo guitarrista sueco... Steve Vai toca prá caramba.
Ele começa o show com Paint Me Your Face, com uma guitarra moldada em acrílico, simplesmente linda. Aliás, linda é a garota violinista que o acompanha. A 5ª música, Tender Surrender, só vem comprovar tudo o que escrevi acima. Tipo: "Olhem como eu toco bem...". E sinceramente: ele toca bem prá caraca. Logo no início do show, Steve faz a apresentação da banda. Lógico, que nada pode passar em branco. Eles passam de James Brown a Deep Purple e um destaque especial ao guitarra base, com seu equipamento de sete cordas.
A próxima música é inusitada por iniciar com um vocalize da banda como um todo e continuar com Mr. Steve Vai cantando. Logo depois, tudo volta ao normal. Graças a Deus. Pois ninguém quer ver Steve Vai cantando. Todos querem vê-lo fazendo o que ele faz de melhor: tocando guitarra. Em Shove the Sun Aside, Mr. Steve Vai simplesmente deixa o palco e seu base assume o comando do palco. E ele mostra a que veio. E mostra porque é o membro mais antigo da banda (além do próprio Steve, é claro). Tudo bem. Ele não usa metade dos efeitos que o Steve usa. Mas isso torna sua música mais verdadeira. Um instrumental de primeira qualidade, com a competência de alguém que já merece sua carreira solo. Dave Weiner é seu nome.
Na música seguinte, I'm Becoming, Steve Vai mostra o porque que ele é o que é. Com acordes simples, sem frescuras (é claro, com algumas caretas), ele ataca sua guitarra em um som melodioso, tranquilo, e ao mesmo tempo, poderoso. E ele já emenda o petardo Die to Live. Uma composição às antigas. Mas poderosa. E detalhe. Ele deve ter uma coreógrafa. Não é possível aquela viad.g.m toda do nada. Bom. Não interessa. Ele pode.
Freak Show Excess começa com um instrumento que tem som de cítara. Mas não sei o que é não. Admito. Mas mesmo assim. Essa música vai subindo em um vigor violento. Daqueles de te fazer pular da cadeira e bater a cabeça. É muito bom esse som. E a violinista é linda.
Apples in Paradise é uma ode feita aos dois violinistas da banda (já falei que a Ann Marie é linda?). Ann Marie e Alex de Pue fazem um som diferente, acompanhados pelo base e pelo baixista, Bryan Beller numa toada totalmente diferente. Você não sabe se está nos anos 60, 70, 80, ou o que for. Mas essa dupla de violinistas dá um show a parte. Principalmente a Ann Marie que é linda. Já falei sobre ela? Ah. Detalhe. Além de tudo, ela destrói o violino.
Bom. Com tanto tempo fora do palco, Mr. Steve volta com um violão às mãos, dedilhando e acompanhado de sua violinista predileta (ela é bonita). E assim inicia All About Eve. Cantada por Mr. Steve novamente. Logo em seguida, Gary 7, também tocada por Mr. Steve no violão, tem uma levada mais fusion, com o baterista Jeremy Colson brincando com uma pequena bateria ambulante, se fazendo de One Man Band. Destaque para os pequenos enfeites na bateria ambulante :-P Ah. E a caveira canta. E seus olhos brilham. E vai saber mais o que esse bicho estranho faz. Mas os caras tocam prá caramba, apesar de toda a brincadeira.
Muito mais rola nesses dois DVD's. Eu garanto. Compensa o investimento, pois o primeiro DVD é composto por músicas mais recentes, onde, ao decorrer do show, o mestre vai trocando seus brinquedos. O segundo DVD é composto por músicas mais tradicionais como The Audience is Listening, For The Love of God, Liberty, Answers, dentre outras.
Além de todo o repertório do show (são 27 petardos lançados pelo mestre), o DVD conta ainda com entrevistas e com uma sessão técnica de guitarras.
O conjunto (DVD e CD) é do final do ano passado. Mas eu recomendo. E muito. Curta o mestre, Steve Vai.

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